FALA DO HOMEM NASCIDO
Interprete: Adriano Correia de Oliveira
Poema: António Gedeão
Música: José Nisa
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Venho da terra assombrada,
Do ventre de minha mãe;
Não pretendo roubar nada
Nem fazer mal a ninguém.
Só quero o que me é devido
Por me trazerem aqui,
Que eu nem sequer fui ouvido
No acto de que nasci.
Trago boca para comer
E olhos para desejar.
Tenho pressa de viver,
Que a vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo;
Não tenho tempo a perder.
Minha barca aparelhada
Solta o pano rumo ao norte;
Meu desejo é passaporte
Para a fronteira fechada.
Não há ventos que não prestem
Nem marés que não convenham,
Nem forças que me molestem,
Correntes que me detenham.
Quero eu e a Natureza,
Que a Natureza sou eu,
E as forças da Natureza
Nunca ninguém as venceu.
Com licença! Com licença!
Que a barca se fez ao mar.
Não há poder que me vença.
Mesmo morto hei-de passar.
Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar.
(in "Cantaremos", Orfeu, 1970, reed. Movieplay, 1999)
SAUDOSO ADRIANO QUE NOS DEIXOU UM LEGADO VALIOSÍSSIMO E MUITO ACTUAL...
ResponderEliminarAntes dizia-se " O POVO É QUEM MAIS ORDENA" Zéca Afonso, Hoje devíamos todos deste moribundo Portugal, reclamar " O POVO É QUEM MAIS ORDENA"
Adoro Adriano Correia de Oliveira , entre tantos que muito prazer me causaram , escutar suas canções, palestras e intervenções de carácter social e político.
Um abraço,
Carlos RAMOS / PARABÉNS!
O Amigo,
Carlos Lima
Porot / Ovar, 2011.01.02.
Domingo, 12,11 horas
Portugal